Espancar é de graça

Por Edson A. Gurtat

Bater sem custo algum. Deve ter sido o que os 5 jovens de classe média-alta do Rio de Janeiro pensaram na madrugada do dia 23 de julho, quando em uma Avenida da Barra da Tijuca na zona oeste do Rio, a empregada doméstica, Sirley Dias de Carvalho Pinto, esperava um ônibus para ir ao posto médico fazer um exame e depois voltar para trabalhar.

Os jovens chegaram em um gol, pararam em frente ao ponto de ônibus onde se encontrava a empregada doméstica, e quatro deles partiram para a agressão, depois de espancá-la, roubaram seu celular e mais quarenta e sete reais e foram embora rindo e dando gargalhadas.

Um taxista que passava pelo local no momento das agressões, anotou a placa do carro e entregou ao porteiro do prédio onde Sirley trabalha; Graças a este taxista os cinco jovens puderam ser encontrados.

Em bate-papo realizado no último domingo com os internautas através do Chat do Fantástico, a empregada respondeu algumas perguntas para o Gurtat:

Gurtat: Como você vê a solução para toda essa violência que temos hoje?

Sirley: Isso é uma questão muito difícil, creio que vem da conscientização de cada um, eles devem pensar que a violência não leva a lugar nenhum, que temos que se respeitados.

Gurtat: Junto com você no ponto de ônibus tinha uma prostituta, ela tentou te ajudar em algum momento? O que você diria a ela hoje?

Sirley: ela tentou me ajudar sim, saiu gritando pedindo ajuda na guarita do condomínio; Eu diria muito obrigado a ela, pois foi ela que mostrou ao taxista onde eu entrei.

Gurtat: O que você acha que teria acontecido com o seu caso, se o taxista não tivesse anotado a placa do carro dos jovens?

Sirley: Seria apenas mais um caso de espancamento e sem prova alguma, eles ficariam impune como tantos outros.

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