Estão tirando a verdade da sociedade

ARTIGO Por: Edson Alexandre Gurtat

Estão tentando eliminar a exigência da formação específica em Jornalismo para o exercício da profissão dos jornalistas.
Retirar a regulamentação da profissão é tirar do povo brasileiro o acesso à informação pluralista, de credibilidade, qualidade e sem dúvida alguma informação democrática.
“O ensino superior em Jornalismo é o alicerce sobre o qual se constitui legalmente a profissão há quase quarenta anos”. Palavras reafirmadas por inúmeros jornalistas no 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em São Paulo no mês de agosto do ano passado.

Conglomerados de comunicação tentam confundir a opinião publica sobre a importância da regulamentação da profissão que leva a verdadeira notícia aos lares do Brasil.
Desde 2001 o ministério Público Federal de São Paulo e o sindicato das empresas de rádio e televisão no estado de São Paulo (Sertesp), estão com o recurso extraordinário 511961 que tenta acabar com a regulamentação da profissão. Já conseguiram fazer com que pessoas com insuficiente formação educacional possam atuar como jornalistas.
Como hoje a imprensa (os veículos de comunicação) é capitalista, é uma empresa, podemos fazer referência a Max Weber, que comenta a imprensa como empresa. Onde a organização (o veículo) se desenvolve de forma industrial, seguindo linhas administrativas e critérios organizacionais onde tem como objetivo claro o lucro.
Visando o lucro, não regulamentar a profissão de jornalistas é o mesmo que não seguir sindicato algum. Se qualquer pessoa, com ou sem escolaridade pode ser jornalista, paga-se quanto quiser, e manda-se quanto quiser.
Quem não precisa seguir um código de ética, pode escrever como e o que quiser, para onde quiser.
Max também afirma sobre a população ter o direito a informação pluralista, de qualidade.
O que nos remete a regulamentação da profissão, onde um jornalista formado que passou pela universidade e tem embasamentos práticos e teóricos pode assegurar ao público o espaço às diversas opiniões ou versões de um mesmo fato.



O jornalista tem o dever e a obrigação de levar as diversas opiniões para a população sobre um mesmo acontecimento, por isso segue um código de ética.
Quando esse código não precisar mais ser seguido o Brasil e sua sociedade podem estar condenados a pagar um preço caro por isso.
A mídia do país pode mergulhar em um amadorismo e um nível muito alto de precarização da informação, tanto na informação oferecida pela imprensa, quanto nas relações de trabalho nas empresas de comunicação.
A população, no entanto quer jornalistas com diploma. Segundo dados da pesquisa de opinião nacional feita pelo instituto Sensus e divulgada no dia 22 de setembro do ano passado, a população brasileira é a favor da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. A pesquisa informou que 74,3% dos entrevistados de todo o Brasil se disseram a favor do diploma e apenas, 13,9% contra.
A conquista da obrigatoriedade do diploma não é apenas dos jornalistas e estudantes de jornalismo, mas também de toda a sociedade.
Agora resta esperar que o Supremo Tribunal de Justiça (STF) faça valer a opinião da população brasileira e não de interesses de conglomerados de comunicação.

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