Agilidade na comunicação

Se antes o mundo mudava lentamente, olhar para o futuro e para a notícia de amanhã era uma arte mística, e por inúmeras vezes errada. Hoje o mundo vem mudando rapidamente. Com a evolução tecnológica a agilidade e a distribuição de notícias e conteúdos também mudou e ganhou ferramentas que facilitam a vida do emissor e também do receptor. Com a cultura da convergência, o modo de contar histórias vem melhorando, se antes o usuários só tinham acesso ao texto, hoje ele pode ver uma foto, ouvir um podcast ou a acessar a junção dos dois, o vídeo. Todos esses fatores estão disponíveis em um só lugar, a internet.

A grande rede de computadores mundiais possibilitou a entrada de novos profissionais neste novo campo de trabalho. Milhares de usuários se conectam à web[1] em busca do que um bom jornalista é capaz de oferecer, informação e conhecimento. O veículo que foi e é considerado por muitos como revolucionário, vem nos últimos anos criando uma linguagem própria e deixando de lado a linguagem hibrida imposta até então.

Quando a revolução no conhecimento gera também uma convergência de mídias, envolvendo as mais tradicionais com as mais atuais, participativas e interativas, o resultado é a nova linguagem da web, uma comunicação transmídia[2]. Comunicação está que vem sendo construída e aplicada no jornalismo, com mais ênfase nos últimos anos, embora o conceito ganhasse destaque para a grande massa em 1999, conforme expõe Henry Jenkins (2009, p.145), a narrativa não é inteiramente nova, desde a época de Jesus, este estilo com diversas qualidades experimentais e inovadores já era observado:


A menos que se soubesse ler, Jesus não era fundamentado em livros, mas algo que se encontrava em múltiplos níveis da cultura. Cada representação (um vitral, uma tapeçaria, um salmo, um sermão, uma apresentação teatral) presumia que o personagem e sua história já eram conhecidos de algum outro lugar. (JENKINS, 2009, p.172).


Gosciola (2003) coloca que as novas mídias possuem uma linguagem denominada hipermídia[3], e explica que este processo está em construção, constituindo-se em um novo campo a ser explorado. Observamos que neste cenário a ser explorado e repleto de possibilidades, a internet assumiu papel importante no diálogo entre o receptor (usuário) e o emissor (meios de comunicação).

A comunicação é a principal fonte da evolução da sociedade, para McLuhan "Os suportes da comunicação e as tecnologias são determinantes na mensagem: os conteúdos modificam-se em função dos meios que os veiculam", assim, conforme o meio em que a mensagem é veiculada, o conteúdo dessa mensagem é alterado, e conforme os meios que utilizamos para nos comunicar, nossas mensagens consequentemente acabam se alterando. Se no principio a comunicação era por gestos e depois com fala e escrita, a evolução nos últimos anos se acelerou, dos meios impressos passamos aos meios eletrônicos, como o telegrafo e telefone, mais atualmente com os celulares, tablets[4] e agora com a Internet.

Como McLuhan fala sobre a influência dos meios em nossas mensagens, Castells ressalta que a Internet transforma a maneira como nos comunicamos, e por consequência nossas vidas acabam afetadas por essa nova tecnologia da comunicação.

Segundo dados do Ibope Nielsen Online[5], o número de brasileiros na internet é de 36,8 milhões de usuários ativos, que passam 65,23 horas online por mês. Ao considerarmos a quantidade de brasileiros com acesso nos ambientes domésticos e corporativos, e somando ambientes públicos, como LAN houses, Bibliotecas e telecentros, a quantidade de brasileiros que podem se conectar é de 66,3 milhões.

O número atual de pessoas com acesso a internet nos cinco principais países emergentes do mundo (Brasil, Rússia, China, Índia e Indonésia) é de 610 milhões de usuários, segundo um estudo chamado “Internet New Billion”, realizado pela consultoria Boston Consulting Group (BCG), este número dobrará até 2015, chegando a 1,2 bilhão de usuários.

Hoje, com a Web podemos saber de tudo e de todos, no momento em que quisermos. O usuário pode acessar o conteúdo que mais lhe agrada na hora do dia que desejar, filtrando conteúdos e não necessitando esperar por horários marcados ou por uma programação definida como na televisão, visto que o conteúdo disponível fica acessível a qualquer momento. Quem vai em busca de conteúdos específicos espera por informações exclusivas e de qualidade. A internet possibilita ao usuário maior interatividade com os programas e veículos de comunicação do que os meios tradicionais.


Por: Alexandre Gurtat




[1] Web: World Wide Web (Grande teia mundial), conhecida por sua sigla WWW ou pelo modo abreviado de Web.

[2] Jenkins coloca Narrativa Transmídia como histórias que se desenrolam em múltiplas plataformas de mídia, cada uma delas contribuindo de forma distinta para nossa compreensão do universo; uma abordagem mais integrada do desenvolvimento de uma franquia do que os modelos baseados em textos originais e produtos acessórios.

[3] Falkembach (2003): Hipermídia é uma nova forma de gerenciar informações que permite criar, alterar, excluir, compartilhar e consultar informações contidas em várias mídias, possibilitando o acesso às informações de uma forma não seqüencial. Pode-se dizer que: Hipermídia = Multimídia + Hipertexto em que, Multimídia combina texto, som, imagem, animação e vídeo, ou seja, múltiplos meios, para exibir uma informação.

[4] Computador portátil com tela sensível ao toque, sem teclado físico, bom para navegar na web, ver fotos e vídeos, ouvir músicas jogar games e ler revistas, jornais e livros. Podem ter diversos formatos, mas os modelos atuais se encaixam em uma categoria entre os smartphones e os laptops convencionais. Um exemplo é o Ipad.

[5] O IBOPE Nielsen Online é uma joint-venture entre o IBOPE e a Nielsen, líder mundial em medição de audiência de Internet. Com o auxílio de um software proprietário, instalado em um painel de internautas representativo da população domiciliar brasileira com acesso à Web, a empresa detalha o comportamento dos usuários do meio digital. Além da atuação no Brasil, a Nielsen está presente em outros países, utilizando o mesmo rigor metodológico e capacidade tecnológica que permitem fornecer os dados mais completos, precisos e amplos sobre a utilização da Internet.

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