ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO – Peter Cohen

ANALISE Por: Edson Alexandre Gurtat, Suellen Warmling e Waldinei Gili

O Nazismo utilizou mecanismos de valorização da arte e cultura para difundir o seu ideal para o mundo todo e conseguir o apoio do povo alemão.Utilizou a cultura como arma política. No filme Arquitetura da destruição , do diretor Peter Cohen, é relatada a forma de como a propaganda foi utilizada para convencer toda a população da Alemanha de que o ideal pregado por Adolf Hitler, era única e melhor maneira de tirar o país da situação em que estava.

Hitler era um amante da arte, não teve sucesso como pintor e sonhava em ser arquiteto. Fascinado pela ópera, Hitler admira Richard Wagner, que era artista e político, lhe chamava atenção à forma como o artista tratava em suas óperas, o ensino de como ser um porta-voz do povo, tanto que afirmou, que para entender o nazismo é necessário entender Wagner. Desde seus discursos, canções, símbolos, cenários em que o Fuhrer aparecia eram planejados, tudo para mostrar as pessoas a sua força, determinação e dar segurança a população de que aquele partido seria a salvação da Alemanha, o que chamamos de Guerra psicológica. Hitler foi o astro de toda essa encenação artística.
O ideal nazista era transformar a Alemanha em uma potência mundial e o seu povo em um símbolo de perfeição e beleza. Para isso utilizou-se da propaganda para purificar a raça alemã, a qual atacava os judeus partindo do princípio de que o nazismo iria oferecer saúde e limpeza aos trabalhadores, pois com isso superariam a luta de classes. Os judeus por acreditarem nessa luta e serem um povo de muitas tradições, passaram a ser vistos pela população alemã como uma raça “suja” e responsável pela miséria do país. Assim, acelerou-se o processo de extermínio dos judeus, Hitler autorizou a prática da eutanásia em crianças que nascessem defeituosas e em todos os judeus, tendo em vista que cerca de 45% dos médicos alemães eram do partido nazista. Classe de trabalhadores com o maior número de pessoas adeptas ao partido. Cujo quem fazia parte era a “nata” da sociedade, como relata o filme de Peter Cohen.
Os judeus eram falsamente diagnosticados com alguma doença, e então levados aos campos de concentração, onde morriam nas câmaras de gás ou com a prática da eutanásia. A família recebia depois de algum tempo um atestado de óbito falso, que apontava outra causa de morte. A lógica cultural empregada pelo nazismo foi aceita, o modelo de beleza hitleriano foi aclamado por toda a população e visto como o único modelo a ser seguido. Tudo que não fosse pertencente a “raça pura” deveria ser eliminado da sociedade, pois poderia passar isso aos seus descendentes.
Hitler expõe o povo judeu como uma bactéria que destrói a sociedade, tratando a cultura de forma biológica. Ou seja, Hitler era um homem extremamente preconceituoso, pois quando se naturaliza a cultura, é preconceito. Assim como vemos nos dias de hoje, generaliza-se o nordestino como sendo preguiçoso, é uma característica da natureza do ser, que na verdade, não diz nada sobre sua personalidade.
De acordo com Horton Cooley, a comunicação é o mecanismo pelo qual a sociedade se organiza. Pelo qual as relações humanas existem e se desenvolvem, e é feito de duas formas: o físico e psíquico. Esses mecanismos podem ser percebidos de uma forma bastante clara no nazismo. A forma de se comunicar nazista tinha como objetivo persuadir, passar um ideal, ou seja, utilizou-se o fator psíquico. O planejamento da construção de Berlim, que deveria ser extremamente grandiosa, previa a junção de Atenas, Esparta e Roma, com palácios e monumentos que passassem a idéia do poder do nazismo e de sua segurança. Tendo como inspiração monumentos e palácios de uma cultura que Hitler admirava, a cultura greco-romana, aí então se verifica a comunicação feita através do meio físico.
A Censura dos meios de comunicação foi um dos fatores que contribuíram muito para o sucesso da política Nazista. Desde que entrou ao poder, em 1933, o partido criou o Ministério da Propaganda e Ilustração do Povo ( sic), que ter um total controle da imprensa do país. Todos os veículos de comunicação de massa começaram, cada vez mais a serem utilizados para persuadir a população. Os redatores e profissionais ligados a imprensa eram escolhidos de acordo com sua fidelidade ao partido. Toda e qualquer informação sobre combates, política e dados do país primeiro deveriam passar pela avaliação nazista para depois serem ou não publicados. Assim só era veiculado o que interessava ao partido, fator que facilitou muito para a adesão da população pois ela só tinha acesso a informações favoráveis ao Fuhrer.
Hitler também criou a “Câmara da cultura”, que era uma organização dividida em várias câmaras designadas a literatura, teatro, rádio, imprensa, música, belas-artes e o cinema. O intuito era controlar qualquer produção cultural que fosse realizada no país, pois qualquer artista, qualquer produção deveria se aderir a uma dessas câmaras e como sempre, deveriam passar a mesma mensagem imposta pelo nazismo. Desde um vendedor de cartões postais até um jornalista, escritor ou cineasta, todos para poderem veicular suas criações, tinham que estar adeptos a uma dessas câmaras.
Para Laswell a propaganda é um dos instrumentos mais potentes do mundo moderno, e a mobilização dos homens e meios não é suficiente, é preciso a mobilização da opinião. É necessário ter poder sobre a opinião, assim como se tem poder sobre os bens , pois o perigo pelo abuso de poder é menor do que o perigo oferecido pela liberdade do povo. Essa ideologia é vista claramente no partido nazista, pois Hitler utilizou uma guerra ideológica, pregando conceitos e modelos a serem seguidos pela população. Uma propaganda que visava fazer com que as opiniões do povo fossem as mesmas do partido e esse, se tornaria um receptor passivo, pois a união de uma propaganda com um veículo de comunicação de massa, feita por especialistas no assunto, faz com que seus receptores tornem-se passivos e aceitam o que lhes é imposto.
O governo de Hitler é comparado com o governo leninista, ambos possuem uma propaganda efetiva para divulgar o seu ideal, porém a principal diferença entre os dois é que no nazismo, a força que impulsiona toda essa propaganda é divulgada com mensagens de medo. Já na Rússia, a política leninista divulgava mensagens com entusiasmo, o que encorajava a população também, mas trazia mensagens de esperança e positividade. Já no nazismo, as mensagens eram mais diretas, voltadas ao conflito, ao poder e a guerra, onde o ideal nazista estava sempre presente, de forma indireta ou explícita.
Os nazistas utilizaram muito bem o cinema, onde conseguiam reunir grande parte da população para mostrar suas idéias, que pareciam brilhantes ao olhar do público, já que eles recebiam informações da mídia como se tudo do nazismo fosse bom.
Dois filmes são muito importantes para o conceito de Hitler de criar o novo homem. No primeiro filme O RATO, mostra que a grande praga da sociedade deve ser eliminada; está praga invada o mundo, através de um “sub-mundo”, os becos, transmitindo doenças e eliminando a raça pura. No segundo filme PEQUENA GUERRA, os nazistas apontam mais uma praga, os insetos, e mostram a melhor maneira de combater esses insetos, usando gás.
O fim da propaganda de guerra e o inicio do extermínio de massas começa com essas propagandas. Os animais mais perigosos – insetos, ratos, transmissores de vírus, bactérias – deveriam ser eliminados. Com essa visão e também com as câmaras de gás, Hitler pretende eliminar os mais de 11 milhões de Judeus que compunham sua lista.

3 comentários:

Laise disse...

Adorei esse filme.
mto interressante.

fenix disse...

o nazismo nada mais e que um filho do capitalismo primo da direta irmao da extrema direita o capitalismo criou tudo isso versalles e a mae das mae. j.r araujo

Unknown disse...

Baixar o Documentário - Arquitetura da Destruição - http://mcaf.ee/anvd5